Salvador – Já está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, com quadro estável, após ter passado por cirurgia para tratamento de acidente vascular cerebral (AVC), a paciente Ednalva Rosa Nascimento, de 67 anos.
O internamento, no sábado, dia 31 de março, só aconteceu após a Justiça conceder liminar solicitada pelo Ministério Público em ação civil pública contra o Estado da Bahia e o Município de Eunápolis, onde a paciente foi internada pela primeira vez, no dia 28, no Hospital Regional do município, que não possui unidade de terapia intensiva.
Conforme atesta ficha de referência emitida pelo próprio hospital e anexada à ação do MP, assinada pelo promotor de Justiça Dinalmari Mendonça Messias, o estado da idosa era “grave, com risco de morte”, o que teria movido a unidade a entrar com solicitação de transferência, desde o dia 28, junto à Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo recebido como resposta a informação de que “não havia leito de UTI disponível em nenhuma unidade conveniada”.
Em face disso, a situação da paciente se agravou, e ela precisou ser entubada, tendo entrado em “escala 5 de coma”, o que, de acordo com o promotor que subscreve a ação “significaria a subtração de qualquer perspectiva de recuperação para a usuária, constituindo-se verdadeira sentença de morte pela incapacidade do Estado de suprir as demandas da sua população”. Dinalmari Messias salientou ainda que “constantemente vêm morrendo pacientes no Hospital Regional de Eunápolis por falta de vaga em UTI, a exemplo de Vilmar Oliveira Silva e José Alves dos Santos, ambos tendo ido a óbito em março deste ano”.