Aprenda o que fazer no caso de traumas oculares, conjuntivite, olho seco e outros danos graduais comuns durante o carnaval por conta da circulação de milhares de pessoas em meio a grandes aglomerações ou exposição excessiva ao sol. Os oftalmologistas fazem um alerta à população e ensinam o que fazer numa emergência.
O verão é a estação mais esperada do ano. Em Salvador, o sol quente lota as praias e é neste período que baianos e turistas também circulam por muitas festas em meio a grandes aglomerações. O carnaval é a maior delas e o que parece ser pura diversão também pode trazer malefícios para a saúde ocular se não forem tomadas medidas preventivas. O alerta é da equipe médica do DayHORC Hospital de Olhos, dirigida pelo cirurgião master Ruy Cunha, um dos maiores especialistas em saúde ocular do mundo. Entre os casos de traumatismos, os mais comuns são lesões corto contusas em pálpebras, conjuntivas e na córnea, além de trauma químico por conta do contato de determinados produtos nos olhos. “Neste caso, aconselho lavar abundantemente com água corrente e soro fisiológico a 0,9% para tirar o resíduo do produto e procurar em seguida um oftalmologista”, ensina Dra. Carla Celles. Com relação à conjuntivite, ela diz que ao sinal dos principais sintomas, como vermelhidão, sensação de areia nos olhos e secreção, às vezes até com pus ou muco (uma espécie de lacrima mais espessa), lacrimejamento excessivo e inchaço das pálpebras, muitas vezes acompanhadas de dor, o alerta está dado. E como a transmissão é feita pelas mãos, é muito importante lavar as mãos e limpar os ambientes comuns de casa, como maçaneta de portas, controle remoto e tudo o que as pessoas possam pegar em comum. “Também é importante separar toalhas de rosto, lençóis e fronhas, trocando tudo diariamente”, recomenda. O aposentado Antonio Expedito, de 73 anos, que sofre de miopia, teve uma série de lesões nos últimos 40 anos. A mais recente foi o deslocamento da retina. “Senti que estava perdendo a capacidade de enxergar e fui a um oftalmologista para fazer uma intervenção no nervo ótico e colar a retina. Agora estou bem, mas tomo cuidado para evitar novos traumatismos e não me exponho ao sol”, enfatiza. Já a professora aposentada Railda dos Santos, de 66 anos, faz parte das estatísticas de conjuntivite. “Senti o olho começar a coçar, como se tivesse areia nos olhos e fiquei lacrimejando muito. Ainda estou me tratando, mas já estou melhor com o uso de colírio e soro gelado. Nem sei como peguei, mas tenho usado óculos escuros para proteger os olhos do sol e para evitar contaminar outras pessoas. Infelizmente, foi o que aconteceu com Euricelia Souza, que contagiou toda a família com a doença. A Dra. Carla explica que, de fato, as conjuntivites infecciosas são extremamente contagiosas, por isso é tão comum no verão e pode se espalhar facilmente numa festa como o carnaval. Um dos grandes motivos é a aglomeração de pessoas, o que também pode acontecer frequentando piscinas, academias e shoppings. “O contágio é feito basicamente pelas mãos e os cuidados podem ser simples. Além de evitar lugares com a circulação de muitas pessoas, o que é mais difícil no período de carnaval, o principal conselho é lavar as mãos e observar a higiene do local que se frequenta”, sugere. A oftalmologista também esclarece que os hordéolos, infecções bacterianas nas glândulas das pálpebras, muitas vezes são causados pelo aumento de secreção oleosa e de mãos sujas em contato com os olhos, infeccionando as mesmas e formando um abscesso nas glândulas. Ela também destaca que os traumas oculares são mais frequentes no carnaval porque este é um período de muitas festas. “As aglomerações de pessoas em eventos e grandes áreas de circulação levam ao aumento de acidentes de modo geral, incluindo os oculares”, elucida. No caso do olho seco, Dra. Carla explica que a temperatura elevada por conta do clima quente do verão pode causar o aumento da secura ocular, assim como o uso do ar condicionado durante mais tempo, que também pode deixar o olho ainda mais seco. Segundo Dr. Ruy Cunha, outro especialista em saúde ocular, a incidência dos raios ultravioleta podem causar outros danos graduais, até de forma irreversível. “Assim como um protetor solar filtra os raios nocivos do sol, aliviando seu impacto sobre a pele, os óculos escuros fazem essa filtragem e ajudam a proteger os olhos e pálpebras”, avisa. Dra. Carla Celles completa. “Se os raios solares incidirem diretamente sobre os olhos podem acelerar o processo de catarata, por exemplo, além de provocar inflamação na córnea, aumentar a probabilidade de pterígio (‘carne nos olhos’) e ainda o envelhecimento precoce da retina. Por isso ela diz que é importante usar algum tipo de filtro de forma preventiva. “Os óculos escuros têm de ser de boa qualidade, com proteção contra os raios ultravioleta, senão a função de proteção conferida pelos mesmos se perde. Óculos de má qualidade são altamente nocivos; muitas vezes o paciente acha que está protegido pelo conforto da sombra que eles proporcionam, mas ficam ainda mais expostos sem a proteção adequada contra raios UV”, explica a médica. A promotora de eventos Rosário dos Santos, de 48 anos, sabe o quanto é importante proteger a visão dos raios solares e diz que não abre mão de boas lentes que garantam a boa saúde dos seus olhos, especialmente porque ela teve problemas na vista desde a infância e quase perdeu a visão por conta de uma série de doenças oculares. “A prevenção é sempre a melhor opção, mas no caso da manifestação da doença ou ocorrendo algum trauma, a recomendação é procurar o quanto antes um médico especialista, pois doenças oculares não tratadas podem causas danos significativos e permanentes, podendo comprometer a visão, inclusive, definitivamente”, alerta Dra. Carla Celles, que também chama a atenção dos pais para os cuidados com as crianças. “Traumas também são bem frequentes em crianças, que podem se acidentar até com os próprios brinquedos, por exemplo. Adultos e jovens, por serem potenciais frequentadores de lugares com grande aglomeração de pessoas, também ficam expostos. Ou seja, de um modo geral, todas as faixas etárias estão suscetíveis a essas doenças oculares”, conclui. A orientação médica inclui ainda que a qualquer sinal de alteração nos olhos se procure imediatamente um oftalmologista e nunca se automedicar. Outra dica importante é não guardar colírios ou pomadas de antibióticos ou antiinflamatórios abertos, pois eles contaminam se ficarem abertos. A indicação é jogar tudo fora após o tratamento. Fazer a higiene de cílios e pálpebras com shampoo neutro infantil, que não arde os olhos, também ajuda a manter a saúde dos olhos, assim como lavar sempre as mãos associando o uso de álcool gel quando possível. Com uma experiência de 30 anos como cirurgião de Catarata, Dr. Ruy Cunha acompanhou toda a evolução tecnológica dos tratamentos oculares e trouxe para o DayHORC de Salvador, Itabuna e Eunápolis o maior parque tecnológico oftalmológico do Nordeste, comparado a qualquer outro centro do gênero nos Estados Unidos ou na Europa, operado também por uma equipe de médicos especialistas. O DayHORC, referência nacional no tratamento de doenças oculares, dispõe de equipamentos de última geração para um diagnóstico precoce, além de instalações amplas e confortáveis, um centro cirúrgico com paredes de vidro que permite a família ver em tempo real tudo que está acontecendo na sala de cirurgia, propondo o fim da barreira entre médicos e pacientes por meio de uma estrutura totalmente humanizada.